Cúpula dos povos
Reunidos no Rio de Janeiro, milhares entre
afrodescendentes, indígenas e demais grupos sociais, cada qual com suas
finalidades e reivindicações. A viagem foi longa e cansativa, mas valeu cada
segundo dentro do ônibus, pois ali estavam pessoas de diferentes municípios do
estado do Rio grande do Sul. Representantes do Quilombo Silva, Quilombo Fidélix,
Quilombo do Morro Alto e Quilombo do Areal.
Sabendo que o
foco de todo esse deslocamento é a sustentabilidade, fomos até a tenda dos
catadores de papel onde conhecemos o projeto Aruanda presidido por um
argentino. Ele nos explicou a origem do nome do projeto: “Os Orixás são amigos
da natureza, no tempo em que eles viviam na terra nunca cortavam as árvores e
sim aproveitavam os galhos que caiam no chão, cortavam apenas em último caso,
mas para cada árvore cortada se plantava o número de árvores igual ao número de
dedos dos pés e das mãos”.
Essa
mentalidade cairia como luva para nossos governantes e para a população.
Questões
sociais
A
cúpula dos povos foi criada para que questões sociais e ambientais fossem
discutidas na conferência Rio + 20, teve início no dia 13 de junho e término no
dia 23 do mesmo mês. Durante esse período as pessoas foram recebidas no Aterro
do flamengo, localizado na cidade do Rio de Janeiro.
A
Rio + 20 tem por objetivo a renovação do compromisso político com o
desenvolvimento sustentável, tratando também dos principais assuntos
reivindicados pelas principais cúpulas, abordando temas novos e soluções em
curto prazo. Abrindo portas para que sejam avaliados os desafios que certamente
futuras gerações enfrentarão, como a discriminação e suas próprias
necessidades.
A
cúpula dos povos faz parte de um processo de acúmulos históricos e
convergências das lutas locais, regionais e globais, que tem como marco
político a luta anticapitalista, classista, antirracista, antipatriarcal e
antihomofóbico.
O
objetivo da cúpula é aproveitar o evento da Rio + 20 para torná-lo uma
oportunidade de discutir os graves problemas enfrentados pela humanidade,
demostrando a força política dos povos organizados paralelamente ao evento.
Preconceito
racial
Não
tem como falar de cultura Africana sem tocar na questão do racismo. É um
problema antigo que tem grande influência nas relações injustas de trabalho e
nas evidentes desigualdades sociais. Nos últimos séculos o crescimento
econômico em parte se deu pela exploração da mão de obra escrava em atividades
produtivas.
O
racismo ainda existe, contanto de forma mascarada, pois a realidade social e
econômica de diversos países vem da influência desta questão histórica de
desigualdade: a pobreza, baixa renda econômica e a dificuldade de acesso a
certos serviços.
Por
isso ocorrem diversas manifestações, tais como esta que participamos que lutam
contra a discriminação racial, a xenofobia e luta a favor dos direitos.
“Enquanto o negro brasileiro não tiver acesso
ao conhecimento de si próprio a escravidão cultural se manterá.” Portanto é
preciso que os afrodescentes conheçam e tenham orgulho da sua história, buscando
assim direitos iguais dentro da sociedade em que estão inseridos.
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